artigos e ensaios - 1997 / Mariza Peirano

Antropologia política, ciência política e antropologia da política

"Les historiens sentent et objectent à juste titre que les sociologues font trop d'abstractions et séparent trop les divers éléments des sociétés les uns des autres. Il faut faire comme eux: observer ce qui est donné. Or, le donné, c'est Rome, c'est Athènes, c'est le Français moyen, c'est le Mélanésien de telle ou telle île, et non pas la prière ou le droit en soi. Après avoir forcément un peu trop divisé et abstrait il faut que les sociologues s'efforcent de recomposer le tout. Ils trouveront ainsi de fécondes données".

(Mauss 1925: 182; ênfase minha)

Divido meus comentários em duas partes: na primeira, faço breves referências aos textos de autoria de Maria Antonia Alonso de Andrade (UFPA), Irlys Alencar Firmo Barreira (UFCE) e Céli Regina Jardim Pinto (UFRGS), apresentados na primeira seção do Grupo de Trabalho "Cultura e Política" da ANPOCS 1996. Estes textos podem ser percebidos como diálogos entre várias vertentes das ciências sociais, em especial entre a ciência política e a sociologia (a antropologia se insinuando apenas como possibilidade). Na segunda parte, focalizo a distinção entre antropologia política e ciência política para propor as bases de uma alternativa: uma "antropologia da política".

§1

Alguns pontos merecem especial atenção nos três textos apresentados no GT "Cultura e Política": "A cultura e a política pelas lentes da sociologia", de Irlys Firmo Barreira; "O sujeito insuficiente", de Céli Regina Jardim Pinto; e "Redefinindo o conceito de cultura política", de Maria Antonio Alonso de Andrade.Leia na íntegra...